O nosso cérebro é desde sempre programado para se sentir seguro e sobreviver a todas as situações. Quando somos expostos a qualquer situação traumática, nosso cérebro automaticamente se reprograma para nunca mais vivenciar uma situação dessas novamente. Em uma situação em que o indivíduo é humilhado publicamente por exemplo, no menor sinal de exposição seu cérebro criará uma técnica de fuga para a situação. Quem nunca, quando criança, sofreu com alguma situação de humilhação pública por parte de pai, mãe, colega da escola, professor ou qualquer outra pessoa? Pode ter sido um castigo dado pelos seus pais em frente aos seus primos, uma chacota sobre as suas características físicas, ou riram de você quando apresentava um trabalho na escola. Essas situações são normais na nossa vida, mas se não administradas da maneira correta podem nos gerar prejuízos futuros. Certamente após essa “humilhação”, você ativou em seu cérebro o “modo sobrevivência” e qualquer ocasião semelhante gerou uma atitude para desviar o foco dessa exposição. As pessoas reagem de formas diferentes aos seus impulsos de fuga seguindo a sua personalidade e seu caráter, mas algumas pessoas se tornam introspectivas e quietas, algumas se transformam em piadistas, outros usam o caminho da agressividade, tudo isso para evitar uma reincidência da situação que tanto causou dor.
Um dos maiores prejuízos são as crenças limitantes geradas por essas situações. Nosso cérebro, ao passar por algum trauma, decepção, frustração, humilhação, cria um mecanismo de defesa que nos faz pensar que tal situação está além de nossas capacidades. Não conseguimos avançar ir além. Por exemplo. Pessoas que sofrem abusos na infância desenvolvem facilmente a crença de que não são capazes de se defender. Tornam-se passivas que aceitam tudo que qualquer pessoa lhe faça. No momento em que elas sofreram o abuso, elas realmente não puderam se defender e se impor e assim seu cérebro criou a crença de que ela realmente é indefesa em todas as áreas de sua vida. No futuro certamente elas terão que enfrentar pessoas por seus interesses, terão que competir por vagas de emprego, terão que dizer o que gostam e o que não gostam, mas seu cérebro vai dizer: – deixa assim, eles são mais fortes que nós. É aquela frase do carteiro Jaiminho: “eu prefiro evitar a fadiga”. Por mais engraçado que pareça, é realmente assim que nosso cérebro reage. Ele quer evitar estresse. É melhor fugir do que passar por uma situação desagradável novamente.
Podemos ser bloqueados por diversas pessoas, mas as mais influentes como pai, mãe, irmãos mais velhos e professores por exemplo possuem uma influência muito maior sobre nós, pois os enxergamos como autoridades e exemplos a seguir. Essas crenças limitantes se manifestam das mais diversas formas dependendo do evento e de como reagimos a ele. Medo, ansiedade, vitimismo, negatividade, depressão, escassez, desvio de autoimagem, procrastinação, preguiça, dificuldade de se expressar, timidez, promiscuidades, ódio, ira, isolamento social, vícios e por aí vai. Quase todos esses comportamentos tem origem em um trauma e são ocasionados pela tentativa de nosso cérebro de evitar a situação novamente.
Para descobrir qual evento que te bloqueou é necessário que você faça perguntas até conseguir encontrar o evento. Desde quando estou assim? Eu lembro de alguém quando estou me sentindo assim? Isso é recorrente na minha vida? Geralmente o evento traumático ocorre na infância ou adolescência, embora isso não seja uma regra. Nessa fase no entanto, que estamos formando nosso caráter e personalidade, e qualquer coisa que nos traumatize tende a desviar esse aprendizado. Quando você começar a fazer as perguntas em algum momento você sentirá um desconforto maior, e as chances é que sua crença limitante esteja ali. Agora é necessário criar um novo significado para aquele evento e perdoar quem foi o causador dele. Lembre-se, podem ser apenas pessoas responsáveis pelos seus traumas. Acidentes, objetos, eventos catastróficos podem sim ser traumatizantes, mas eles não são influenciados por seres humanos, e portanto não é possível “perdoar” algo assim. Após descobrir quem causou o trauma, perdoar a pessoa e ressignificar o evento, é necessário substituir ele por uma nova experiência. Tenha em mente sempre uma coisa. Por pior que seja qualquer trauma na vida, ao menos ele serve como um aprendizado. Você saberá como não voltar para aquele lugar.
O padrão é que você acredite em si e nos que quer! Ninguém pode te dizer o que você pode ou não fazer! Só você! Tenha sempre uma mente renovada!