Existe uma máxima que nos afirma que a menor distância entre dois pontos é uma linha reta. Na prática no entanto sabemos que não é bem assim que funciona pois existem muitas variantes que podem mudar a rota de um ponto A para um ponto B. Essa teoria é válida apenas em um espaço totalmente plano. Havendo saliências, depressões, obstáculos, ou simplesmente pelo fato de estarmos em um mundo tridimensional toda essa teoria de 2 pontos muda. Ocorrerão desvios e rotas alternativas de um ponto ao outro pois seguir simplesmente de um ponto ao outro em linha reta na maioria das vezes é impossível.

Na nossa vida também é assim. Nem tudo é tão simples que podemos ligar um ponto ao outro com apenas uma linha reta. Nem tudo pode ser decidido baseado apenas no resultado que se almeja pois existem muitos fatores que influenciam diretamente no processo de tomada de decisão. Toda decisão afeta no mínimo 2 pessoas: o tomador de decisão e a pessoa que deverá interagir com essa pessoa. Isso no cenário mais otimista, pois geralmente existem pessoas próximas, não diretamente relacionadas que serão afetadas direta ou indiretamente.

Quando decidimos qualquer coisa partimos do princípio que queremos alcançar um objetivo específico. Ao decidir isso invariavelmente devemos abrir mão de coisas que nos atrapalharão, nos atrasarão ou até mesmo que somente pelo fato de não ter nada a ver com a sua decisão deverão ser abandonadas. Da mesma forma assumimos responsabilidades com as coisas relacionadas com o objetivo adotando novos hábitos. Isso é complexo mas ocorre diariamente. Todo dia decidimos milhares de coisas, das mais simples como acordar e escovar os dentes ou escolher uma refeição, a coisas muito mais complexas como um contrato profissional, uma compra de um bem, uma negociação com um fornecedor ou um cliente.

Creio que essa complexidade é inerente da vida e não conseguimos fugir dela de forma alguma, mas existe uma complexidade que nos atrapalha profundamente e nos trava de produzirmos e avançarmos: a complexidade de viver.

Por mais curiosa que seja essa afirmação eu percebo que isso é muito mais comum que imaginamos. Na verdade eu vejo que são raras as exceções de pessoas que não vivem nessa bagunça complexa de existir. Eu vivi muito tempo essa complexidade e volta e meia me pego complicando tudo na minha vida. Creio que a sociedade nos impõe uma quantidade massiva de informações e dados que nos habituamos a resolver uma complicada equação para tomarmos as mais simples decisões; mais que isso, transformamos um simples pensamento em uma complicada matemática de sentimentos e emoções.

Falo isso principalmente no que se refere a nossa vida emocional, sentimental e espiritual. Somos corpo, alma e espírito, e imagem e semelhança do Criador. Mas por mais louco que essa formação pareça não é. É totalmente simples. Deus é totalmente simples. Ele é todo poderoso e nos ama. Simples assim.

Nossas emoções são forjadas por uma sociedade complexa, e invariavelmente levamos isso para todos os nossos relacionamentos. Inclusive com nosso relacionamento com Deus. Nossos sentimentos nos enfiam no meio do olho do furacão que gira caoticamente em uma velocidade absurda e então aceitamos que realmente tudo é assim: complexo. Mas não. O mais importante da nossa vida é extremamente simples: viver é simples. E é simples pois nosso Criador é simples. Ele simplesmente te fez a imagem e semelhança dele, com emoções e sentimentos exatamente como Ele. E Ele deseja que você volte a simplicidade de ser filho dEle. Existe algo mais simples que um filho ser amado por um pai? Existe uma matemática complexa que explique isso? Existe uma conta mirabolante que mostre o motivo de um pai amar seu filho? Então… Assim Deus nos ama. E ele nos quer perto. Tão perto que abriu mão de seu primeiro filho para nos resgatar e retomar o seu projeto.

Eu resolvi escrever esse texto após cair na real de um drama que eu vivia: eu não sentia que era merecedor de me relacionar com Deus. Eu me sentia tão culpado por meus erros e falhas que não conseguia me relacionar com o Criador. Eu não conseguia viver em paz pois sentia uma enorme condenação dia e noite sobre meus ombros. O pior de tudo era que eu sabia o que era certo e o que era errado e amava o errado. E eu me sentia culpado por amar o erro. Eu montei uma complexa equação no meu cérebro que chegava a um resultado: condenação. Mas a simplicidade do evangelho, da boa nova me atingiu.

Deus amou o mundo de tal maneira que deu seu filho unigênito para que todo aquele que nele crê não pereça mas tenha a vida eterna.

Amor. Um sentimento simples que vem direto de Deus. Amor é simplicidade. Não é complexo. Entenda. Se você errou e ainda erra, foi exatamente por isso que Jesus veio e morreu por você! Não tente ser complexo e calcular o quanto você precisa fazer para pagar por esse amor. Amor é graça. É imerecido mesmo. Não tente pagar amor. amor não se paga. E o Pai te ama e quer você perto.

Simples assim.