Confesso que resolvi escrever esse texto após perceber que estava seguindo uma tendência que eu, sinceramente, não aprovo. Todos sabem que a internet é uma exímia ferramenta de comunicação e pode potencializar qualquer mensagem. O alcance da internet é assombroso e inimaginável tempos atrás. Hoje as barreiras geográficas foram quebradas e a conexão a nível mundial possibilita que qualquer mensagem seja entregue em tempo real do outro lado do planeta. A era digital potencializa o alcance através das redes sociais e outras diversas plataformas, além de possibilitar novas e lucrativas formas de negócio. Os astros da TV de outrora foram aos poucos se transformando em influencers digitais e reinam absolutos na mídia.
Sendo cristão e tendo conhecimento e experiências relevantes, pensei que poderia contribuir na vida das pessoas com tudo isso. Ao perceber que a internet abria novas portas para grandes negócios, pensei que poderia transbordar também o meu conhecimento através dessa poderosa ferramenta. Quem sabe abrir um negócio on-line, vender algum curso, escrever um livro, gerar valor através de minha base empírica. Até aí nada demais.
Tendo essa intenção, comecei a pesquisar e agregar informações que pudessem me ajudar a dar o pontapé inicial: comprei cursos, estudei, criei esse site que vocês leem, gravei vídeos, movimentei minhas redes sociais. Comecei a acompanhar pessoas relevantes no meio digital e fui criando conteúdo para gerar valor. Isso aconteceu até que percebi uma coisa: eu tinha me afastado do meu propósito inicial: ajudar pessoas com as minhas experiências. Eu estava mais engajado em movimentar tudo para gerar um possível ganho do que em transbordar aquilo que estava dentro de mim. Pior que isso: toda essa movimentação maluca me fez deixar em segundo plano a minha fonte de experiências e conteúdo. Eu estava mais interessado em criar um curso, vender algo, ser conhecido do que em realmente contribuir com as pessoas com o que eu havia aprendido e vivido. Que tipo de conteúdo eu estava fornecendo? Eu realmente estava edificando alguém? Ou apenas estava aparecendo e movimentando tudo insanamente?
Muitas vezes nós mudamos o foco da obra para a ferramenta, e isso que eu estava fazendo. Como eu havia rompido com a fonte da minha inspiração, me restava falar do passado ou movimentar a rede com qualquer coisa legal ou divertida.
Ressalto que não estou criticando as pessoas que trabalham gerando conteúdo, entretenimento, movimentando as redes e tudo mais, mas para mim não fazia o menor sentido falar sobre algo que eu não tinha autoridade.
Então eu parei. Percebi que precisava me conectar novamente a fonte e só então eu poderia fornecer para as outras pessoas algo relevante.
Não se desconecte da sua fonte. Sem energia, é impossível funcionarmos.