Eu ultimamente tenho observado o quanto a falta de produtividade aumenta os meus comportamentos compulsivos. A ansiedade, a auto depreciação, os pensamentos obsessivos, o medo e pequenas atitudes nocivas e repetitivas começam a aparecer quando não estou em um propósito de vida claro. Esses comportamentos já são predisposições que eu tenho, mas que no momento em que deixo meu cérebro relaxar e me nego a produzir, gerar valor a algo começam a ganhar força e me dominar. Eu parei para observar algumas pequenas coisas que eu fazia e elas começaram a aumentar gradativamente na medida que meu cérebro ficava parado. Os vícios faziam meu corpo fazer coisas que eu desaprovava. Como se meu cérebro, minha mente fosse deixada de lado em nome da compulsão. Viramos bonecos de corda, a mercê de nosso algoz: o vício.
Já discorri aqui no artigo “QUANDO OS REIS DEVERIAM ESTAR NA GUERRA“, o quanto ficar parado nos impulsiona a fazer coisas erradas, mas não cheguei a fazer uma comparação com os comportamentos nocivos e repetitivos, os vícios. Aliás, tenho um post que fala sobre VÍCIOS também, caso queira saber a minha visão sobre o assunto.
A nossa produtividade é altamente afetada pelos comportamentos obsessivos. A explicação é simples: todo vício gera a sensação de dependência, e se não tratarmos a abstinência temos a sensação de sofrimento, como se faltasse algo. E para que essa sensação incômoda suma praticamos o ato obsessivo. O fato é que isso nos toma tempo. Dedicamos tempo para matar o vício, seja ele um comportamento ou o consumo de alguma substância. E esse tempo é um tempo morto, improdutivo. Quando percebemos, estamos gastando tempo para alimentar nosso vício durante o trabalho, durante o tempo que estamos com nossa família, na aula e em qualquer lugar. A produtividade cai e nos pegamos não fazendo nada. Não avançando, não aprendendo, não progredindo.
Outro aspecto que os vícios fomentam é a solidão. Você pode discordar pensando nas grandes cracolândias, que se juntam milhares de viciados. Mas a relação de pessoas viciadas ainda assim é solitária. Eles precisam alimentar seu vício, e fazer isso é mais fácil em grupos. Mas eles trairiam qualquer um dos “companheiros” para matar a sua abstinência. E se eles puderem roubar toda a droga e consumir ela sozinha o farão.
Quero também lembrar sobre a nossa vida espiritual. Já vi pregadores afirmarem algo: que Deus chama somente quem está trabalhando. Produzindo. Ociosos nunca são chamados por Deus. Quando ocorreu seu chamado Eliseu lavrava a terra, Davi pastoreava ovelhas, Gideão malhava o trigo, Pedro pescava, Mateus cobrava impostos. Não existe menção de alguém que estava lá, de boa, deitado, descansando, que foi chamado. Isso é uma alegoria, mas nos mostra, independente da fé que você professa, que as portas se abrem para quem está produzindo. Improdutividade é sinônimo de falta de propósito.
O nosso descanso não é aqui nessa terra. Aqui devemos gerar valor. No mundo empresarial, na vida profissional, na vida familiar, na vida eclesiástica. Em todos os aspectos devemos estar gerando frutos. Lembre-se que Cristo nos diz que apenas ramos que não produzem frutos são cortados. Os ramos que precisam ser corrigidos são podados, ajustados, mas os ramos improdutivos são cortados e lançados ao fogo. Esse texto serve muito para a minha vida, pois diversas vezes me peguei com sentimentos e emoções negativas e improdutivas, fazendo pequenas coisas repetitivamente (coisas que não geravam valor nenhum). E parado. Sem avançar. Que possamos sempre ter em mente que o caminho para gerarmos valor e estarmos sempre ligados a videira é sermos produtivos. Produza, estude, aprenda, ensine, trabalhe, ajude, busque a Deus, faça alianças, mas sempre esteja gerando valor!