Quem nunca se sentiu na obrigação de ser perfeito perante alguém ou perante a sociedade? Parece que o perfeccionismo nos é imposto como uma regra que devemos seguir ou seremos excluídos, o popular de hoje “cancelado”. O mundo conectado que vivemos colabora com essa imposição. Nas redes sociais vemos padrões de beleza, padrões familiares, padrões religiosos, padrões e mais padrões. E quando digo que nos exigem a perfeição, exigem a perfeição em tudo. da promiscuidade a santidade, nos é exigido tomar uma forma predeterminada. Mas já parou pra pensar em quem determina essa forma? Por que devemos ser todos perfeitinhos e iguaizinhos?
Esquecemo-nos no entanto que não devemos tomar a forma desse mundo como o apóstolo Paulo nos recomenda na carta aos Romanos no capítulo 12. Essa perfeição é um fardo que colocam em nós. E um fardo pesado. Carregamos a obrigação de sermos, ou melhor dizendo, mostrarmos que somos perfeitinhos em nosso mundo. Somos o mais capaz, o mais trabalhador, o mais descolado, a mais sensual, o mais crente, o mais rico, o mais pobre, o mais feliz. E deixamos de ser mais nós mesmos.
Perfeccionistas se preocupam mais em mostrar a perfeição do que buscar o aprimoramento. Perfeccionistas vivem de imagem. São lentos e não tem iniciativa. Eles tomam a forma que o mundo lhes impõe.
Esse breve texto é apenas uma reflexão, mas no livro de Gênesis Deus diz uma coisa para Abraão:
Deus não disse seja perfeito e então ande na minha presença. Ele disse Anda na minha presença e sê perfeito. Não é uma exigência para ser perfeito e então ser autorizado a andar com Deus. É uma consequência de andar com Deus.