Se observarmos a história percebemos que o ser humano sempre teve a necessidade de conexão com Deus.
Invariavelmente todas as civilizações desenvolveram alguma forma de crença, tentativas de se conectar ou reconectar com o divino. Assim, todos nós buscamos incansavelmente aquele elo com espiritual, divino ou transcendental. A esse “elo” damos o nome de religião: do latim religare, ou religação.
Se usarmos o cristianismo como base, entendemos que essa necessidade de aproximação com algo além do nosso entendimento tem origem na nossa própria essência, pois, de acordo com a fé cristã, fomos feitos a imagem e semelhança de Deus. Nada mais é que uma tentativa de se reconectar com a essência: Deus.
Na ignorância sobre o divino e na sede de conexão com a essência o homem criou diversos ídolos ao longo da história. Representando a natureza na forma de animais, de elementos ou de astros o ser humano buscava alguém que o pudesse abençoar, aprovar, prover, mas principalmente alguém que pudesse responsabilizar pelo inexplicável. Era comum nas religiões primitivas a prática de sacrifícios ou a ofertas que serviam para aplacar a ira das divindades e assim viver em paz.
Ocorreram também tentativas de divinizar o ser humano, como percebemos em diversos povos em que os seus governantes eram vistos como deuses ou representantes legítimos da vontade de suas divindades.
Durante o iluminismo o homem buscou negar a Deus colocando-se no lugar dele. O ateísmo e a adoração ao ser humano não deixam de ser uma tentativa de se conectar a algo divino. Apenas se muda a direção desse esforço: no lugar de uma divindade se idolatra a si mesmo.
Governos socialistas, que em sua maioria adotam o ateísmo, tendem também a endeusar seus representantes promovendo um culto a personalidade e ao governo.
No entanto a idolatria é nociva ao ser humano independente da forma em que se apresenta. Idolatrar invariavelmente culmina em distância de humanidade. Sim: idólatras se distanciam de sua essência real. Quando idolatramos qualquer coisa, inclusive Deus, nos tornamos servos que não pensam.
Observamos no entanto uma idolatria diferente, mas igualmente nociva nos nossos dias: a idolatria das pessoas que possuem certa relevância. E isso vai desde artistas famosos até líderes espirituais e religiosos. Entenda: ninguém nesse mundo é superior a você a ponto de ser divinizado. Essas pessoas idolatradas exercem uma influência tal sobre as massas que controlam a vida dos seus adoradores. Deus não te fez para idolatrar ninguém, e pasme: Deus não quer nem que você idolatre Ele mesmo.
Idolatria cria um abismo entre adorador e adorado. E Deus quer você bem perto dele, como um pai quer seus filhos ao seu lado. Deus quer relacionamento com você, e não adoração irracional. A própria bíblia nos diz que Deus quer que nos ofereçamos a ele como sacrifício. Esse é nosso culto racional. Ele não quer sacrifícios nossos, mas sim nos quer como sacrifícios. Ele quer restaurar a nossa essência perdida. Não idolatre ninguém.
Podemos aprender muito com o nosso próximo, podemos modelar experiências que deram certo, podemos seguir instruções de pessoas influentes, mas nunca, nunca devemos seguir cegamente o que qualquer pessoa diz. Analise tudo antes de absorver. Lembre-se que os relacionamentos são como comer peixe: é necessário tirar os espinhos.
Você não precisa idolatrar ninguém, pois você mesmo tem acesso a Deus através de Cristo, e em Cristo está toda a plenitude de Deus.